REFLEXÕES SOBRE O CASO DE ANA ALICE, DIGO, DA PROCURADORA- VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E OUTROS LIXOS SOCIAIS
A violência doméstica é um câncer social. A sua prima-irmã, a violência sexual, vem logo depois. Ambas são incluídas numa categoria que os psicólogos sociais denominam de violência de gênero. A palavra gênero, em psicologia social, é uma palavra heurística. Significa a violência entre os sexos(pode ser de homem para mulher ou vice-versa, ou mesmo para pessoas do mesmo sexo) que tenha como base de fundo uma disputa de poder. Na maioria das vezes o que está por trás da violência de gênero é a disputa de poder. Nas relação de casal a noção de propriedade costuma ser forte(veja que no contrato religioso de casamento está incluída a frase....promete ser fiel). A fidelidade(seja ela em qualquer nivel) mas principalmente no sexual, é sempre algo dificil de cumprir, já que o desejo não se restringe automaticamente a uma só pessoa só porque se casou com ela. A fidelidade é um compromisso, um contrato, quase sempre em litígio com o instinto, que é fluido e imperioso. Outras fidelidades podem ser requeridas, como de hábitos, amizades, parentescos, etc...às vezes tão difíceis de cumprir quanto a sexual.
Saindo da teoria, recentemente nos chocou o desenlace do caso da procuradora de Nova Lima com seu marido empresário. Aliás, o nome da procuradora é ANA ALICE MOREIRA MELO. Friso isso porque o estardalhaço da notícia está mais ligado ao fato da mulher ser procuradora(a maioria das pessoas nem sabe o que faz a procuradora...procura...o quê mesmo?) do que na crueldade do crime praticado contra uma pessoa. Nesse mesmo dia, quantas outras Anas foram assassinadas, ou maltratadas, ou estupradas, sem que nada fosse noticiado, porque não eram....procuradoras. Não quero com isso diminuir a relevância do crime. Seja a pessoa pobre ou rica, com poder ou sem poder, merece viver e ser respeitada por seu marido. A questão é que a morte de uma procuradora é uma morte mais importante do que a de uma...empregada domestica, por exemplo, nas páginas de nossos jornais e nas manchetes de TVs. Não confundamos excesso de amor com excesso de possessividade. A possessividade é a dor quem teve a sua propriedade maculada. Mas esse é um assunto conhecido e mais do que mais discutido. Gostaria de discutir um segundo ponto: por que a polícia ficou tão satisfeita com a versão de que o marido de Ana Alice se suicidou no motel, dando várias e várias facadas pelo corpo até atingir o coração? Por que assim ficamos livre de mais um mal elemento? Por que este fim é o que todos esperávamos para ele? Por que esse cara não merecia mesmo viver? O segundo evento é tão triste quanto o primeiro. Espantou-me o fato de um homem supostamente inteligente fugir para um motel, local onde abundam câmeras escondidas. Qualquer funcionário acha estranho(suponho) a entrada de um homem sozinho no motel. Mas teria ele entrado sozinho, mesmo? Seria mesmo o crime um suicídio? Eu não ficaria(se fosse um perito, ou um policial) tão satisfeito com essa versão. Um triste fim. Pergunto-me porque um juiz dterminou que aquele marido pudesse ficar a até 30 metros de sua esposa, o que quer dizer que ele podia alugar uma casa em frente à sua. Todos nós sabemos que uma pessoa que agride ao cônjuge costumeiramente agridirá sempre, a não ser que uma lei muito imperiosa o impeça. Por que ainda não é assim? Quantas Ana Alices ainda morrerão antes que a sociedade mate a violência doméstica?
Saindo da teoria, recentemente nos chocou o desenlace do caso da procuradora de Nova Lima com seu marido empresário. Aliás, o nome da procuradora é ANA ALICE MOREIRA MELO. Friso isso porque o estardalhaço da notícia está mais ligado ao fato da mulher ser procuradora(a maioria das pessoas nem sabe o que faz a procuradora...procura...o quê mesmo?) do que na crueldade do crime praticado contra uma pessoa. Nesse mesmo dia, quantas outras Anas foram assassinadas, ou maltratadas, ou estupradas, sem que nada fosse noticiado, porque não eram....procuradoras. Não quero com isso diminuir a relevância do crime. Seja a pessoa pobre ou rica, com poder ou sem poder, merece viver e ser respeitada por seu marido. A questão é que a morte de uma procuradora é uma morte mais importante do que a de uma...empregada domestica, por exemplo, nas páginas de nossos jornais e nas manchetes de TVs. Não confundamos excesso de amor com excesso de possessividade. A possessividade é a dor quem teve a sua propriedade maculada. Mas esse é um assunto conhecido e mais do que mais discutido. Gostaria de discutir um segundo ponto: por que a polícia ficou tão satisfeita com a versão de que o marido de Ana Alice se suicidou no motel, dando várias e várias facadas pelo corpo até atingir o coração? Por que assim ficamos livre de mais um mal elemento? Por que este fim é o que todos esperávamos para ele? Por que esse cara não merecia mesmo viver? O segundo evento é tão triste quanto o primeiro. Espantou-me o fato de um homem supostamente inteligente fugir para um motel, local onde abundam câmeras escondidas. Qualquer funcionário acha estranho(suponho) a entrada de um homem sozinho no motel. Mas teria ele entrado sozinho, mesmo? Seria mesmo o crime um suicídio? Eu não ficaria(se fosse um perito, ou um policial) tão satisfeito com essa versão. Um triste fim. Pergunto-me porque um juiz dterminou que aquele marido pudesse ficar a até 30 metros de sua esposa, o que quer dizer que ele podia alugar uma casa em frente à sua. Todos nós sabemos que uma pessoa que agride ao cônjuge costumeiramente agridirá sempre, a não ser que uma lei muito imperiosa o impeça. Por que ainda não é assim? Quantas Ana Alices ainda morrerão antes que a sociedade mate a violência doméstica?
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