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ao documentário QUEBRANDO O TABU , cujo personagem principal é o
sociólogo Fernando Henrique Cardoso( e não o ex-presidente), porque no
papel de sociólogo o considero infinitamente melhor. Esse senhor
percorre o mundo averiguando e comparando como se trata em diferentes
partes o tráfico de drogas, o combate às drogas, o uso de drogas. De
tudo o que vi, muito bom por sinal, tiro algumas conclusões.
É impossível, talvez até não desejável, acabar com as drogas,exterminar a venda, o consumo. Não é desejável transformar usuários em criminosos e nem tampouco os viciados, que deveriam ser tratados como
sociólogo Fernando Henrique Cardoso( e não o ex-presidente), porque no
papel de sociólogo o considero infinitamente melhor. Esse senhor
percorre o mundo averiguando e comparando como se trata em diferentes
partes o tráfico de drogas, o combate às drogas, o uso de drogas. De
tudo o que vi, muito bom por sinal, tiro algumas conclusões.
É impossível, talvez até não desejável, acabar com as drogas,exterminar a venda, o consumo. Não é desejável transformar usuários em criminosos e nem tampouco os viciados, que deveriam ser tratados como
doentes.
As cadeias estão cheias de pessoas condenadas por drogas que na cadeia as
conseguem mais facilmente do que fora dela e que sairão de lá muito mais
viciadas do que entraram Não é desejável se dizer todo o tempo que drogas são
más, é mais importante conhecer
os limites do uso. Mas se a droga é ilícita não se pode usá-la, de forma
alguma, pois não se pode estabelecer um limite acima da lei. Vou citar como
exemplo a lei seca.Está determinado que não se pode dirigir após tomar
qualquer dose de bebida alcoólica.
Ora, sabe-se que em alguns países pode-se dirigir após usar uma dose
considerada leve de álcool. Sabemos também que a tolerância ao álcool é
individual, alguns indivíduos são capazes de dirigir bem mesmo após beber
bastante, enquanto alguns ficam bêbados com uma pequena dose. Mas não se pode
fazer uma lei para um e não para outro, e nem o que consegue dirigir bem pode
determinar que ele pode estar acima da lei. Também não é lícito alguém que é a
favor da descriminalização da maconha usá-la somente porque não concorda com a
lei, porque se a lei existe ele tem que cumpri-la; um estrangeiro não pode dirigir após beber,
no Brasil, porque no seu país pode-se fazê-lo. Também não é lícito incitar
outras pessoas a usar uma droga porque se é a favor dela, ou influenciar alguém
a usar uma determinada droga. Cada pessoa(desde que maior de idade) deve ter o direito de decidir isso
sozinha, e mesmo que decidir só poderá fazê-lo se a droga for legal. É lícito
porém expressar as nossas opiniões sobre as drogas, votar em plebiscito sobre
elas, influenciar nas leis se achamos que somos contra ou a favor e esperar que
nossos governantes saibam o melhor a fazer com elas. Prender pessoas somente porque
consomem drogas ilícitas é uma lei moral, como a maioria das leis, embora possa
se alegar que quem usa comprou a droga ilegalmente e portanto está cometendo um
delito(esse não moral). O importante, a meu ver, é criar leis que não estimulem
o tráfico e todos os outros delitos que decorrem do tráfico. É necessário que
todos reconheçamos que ninguém irá acabar com as drogas, que há os que saberão
usá-los e os que não saberão, que hás as drogas mortais(que têm
obrigatoriamente que ser proibidas) e as que se pode usar socialmente e incitar
a população a usá-las conscientemente. Sem demonizar a droga, nem endeuzá-la,
pode ser que consigamos algum progresso nesse campo. Acho que essa é a idéia central do documentário e tenho que certeza que ele está no centro da nova lei que será discutida agora no congresso sobre a descriminalização do uso de drogas(com as reservas necessárias). Isto estará no centro do debate público de nosso país nos próximos meses.
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