Breivik faz sua encenação durante o julgamento. Ele sabe que está no ar e procura influenciar os seus iguais e conquistar adeptos, que aliás, são muitos. Em país incivilizado(se existe esta palavra) seria linchado, escurraçado, cuspido, ou reverenciado. Na Noruega ele é julgado. A isenção com que os cidadãos daquele pais assistem a tudo, e mesmo com que os juízes, policiais e jurados o respeitam é inacreditável, para nós mortais. Dá mostras da altitude moral a que um povo chegou, ou que "nosotros" podemos chegar. É que aquele povo leva a questão da "liberdade de expressão" ao seu máximo grau. Aparentemente estão frios, a gente pensa que no fundo no fundo estão concordando com ele quando ele prega a limpeza étnica. Mas não é verdade. Ontem uma multidão protestou nas principais praças do país, o objetivo era firmarem-se contra qualquer tipo de terrorismo e em especial contra o frio e "insano"(?) Breivik. A multidão, pacificamente, cantou a música infantil "crianças do arco íris", cuja letra o terrorista em julgamento considera o símbolo de apoio norueguês à imigração(principalmente muçulmano), o que para ele constitui o enfraquecimento de sua raça. A manifestação popular terminou com um tapete de rosas estendida sobre os degraus do tribunal: chocados com a falta de remorso de Breivik em relação ao massacre, os noruegueses concluíram que a melhor forma de confrontá-lo era demonstrar seu compromisso com tudo o que ele detesta. Em vez de demonstrarem raiva contra o atirador, eles têm manifestado seu apoio à tolerância e à democracia. A lógica é simples: a violência seria um rebaixamento ao nível do assassino. Como disse o bispo Tutu, se te agredirem, não levante sua voz, mas melhore seus argumentos.
Para os amantes da poesia Carlos Drummond de Andrade é um prato maravilhoso. Drummond é profundo, é enigmático, é incisivo. Seu ponto é exato, como a guitarra de George Harrison, a concisão de Machado de Assis(perdoem-me os exemplos tão díspares, mas foram os que me ocorreram nesse momento). Mesmo quando estamos diante de um suposto Drummond menor, somos surpreendidos. Vou dar um exemplo: encontra-se no livro A PAIXÃO MEDIDA, um dos que mais gosto. Leio o poema O SÁTIRO e o acho bobo, grosseiro, indigno de Drummond. Mas acontece que trabalho com violência sexual. Sou médico e atendo à mulheres em situação de violência sexual e doméstica todos os dias. De repente, o poema de Drummond soa como uma bomba para mim. Corro ao dicionário e a minha suspeita se personifica. É um poema simbólico, tem uma dimensão maior. Vou escrevê-lo abaixo e tentar explicar a dimensão que consigo ver nele. O SÁTIRO Carlos Drummond de Andrade(do livro A Paixão Medi
Ramon, seus comentários têm coerência,mas sob o risco de ser simplista, mas em busca de objetividade, vejo um braço de marketing no depoimento da Xuxa pra mudança de imagem e não uma decisão espontânea dela. Claro que o depoimento dela gera reflexos, como levar outras mulheres a fazer denúncias, mas a intenção inicial é mesmo marketing, tanto que usou o Fantástico, um programa com perfil de público ideal para estas falsidades emocionais... porque não convocou uma coletiva de imprensa pra abrir o jogo? Ela não me convence em termos de sinceridade... abs
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