O QUE NASCERÁ DA PRIMAVERA ÁRABE?
Mais um dia “histórico”: 20 de outubro de 2011. Muammar Gaddafi foi assassinado. Por quem?
Quem deu o golpe fatal? Por que foi assassinado e não julgado? Terá sido ordens da OTAN eliminá-lo ou ação vingativa dos rebeldes? O que acontecerá depois da primavera árabe na Líbia?
Minha opinião é pessimista.
Quando tudo começou, há quase um ano, o Brasil ficou ao lado dos países emergentes que eram contra a luta armada e a interferência da OTAN(pelo menos como foi feita). Eu aplaudi nossos embaixadores, e continuo o fazendo, na linha mestra de Gene Sharp, meu guru.
O regime de Gaddafi já estava apodrecendo e mais dia menos dia ele cairia por si, provavelmente com muito menos vítimas. O povo iniciou a revolução de modo pacífico. Não estava armado para enfrentar o ditador nos seus moldes. A revolução não violenta de GHANDI, SHARP, LUTHER KING, havia dado seus primeiros passos. O que se via era o povo se insurgindo contra o regime, mas com suas armas naturais: greves, insubordinação, panfletos, reuniões, passeatas. Após a entrada em cena da OTAN começamos a ver pelas ruas jovens e adultos em caminhões precários muito bem armados ostentando as armas e atirando para o ar. De onde saíram tantas armas, caminhões, tanques? Começou a chacina de ambos os lados. Muammar Gaddafi perdeu. Foi esquartejado e exposto pelos rebeldes como um troféu. Mas isso não o transformará num mártir, um Tiradentes? Quem sabe o rumo da história? Ela mostra que a revolução armada não gera regimes democráticos. Vejam Cuba, por exemplo. Vejam o Irã. Não há nenhuma tradição democrática naquela região. Não há modelo, como havia no Leste Europeu( o de seus vizinhos da Europa ocidental), não há líderes. A revolução democrática virá de fora? Será comandada pela França e a Itália, os grandes amigos, estes países em frangalhos em busca de redenção? Em troca de quê eles ajudarão a Líbia? Em troca da democracia? Faz-me rir. O preço será alto. Por isso sou pessimista. Seria muito mais otimista se tudo houvesse ocorrido de outra forma, pacífica, planejada, ordenada, autodeterminada. Infelizmente a história nos ensina que esse caminho, muito mais frutífero, mas complexo, é o que menos acontece. Rezemos por este sofrido povo.
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Mais um dia “histórico”: 20 de outubro de 2011. Muammar Gaddafi foi assassinado. Por quem?
Quem deu o golpe fatal? Por que foi assassinado e não julgado? Terá sido ordens da OTAN eliminá-lo ou ação vingativa dos rebeldes? O que acontecerá depois da primavera árabe na Líbia?
Minha opinião é pessimista.
Quando tudo começou, há quase um ano, o Brasil ficou ao lado dos países emergentes que eram contra a luta armada e a interferência da OTAN(pelo menos como foi feita). Eu aplaudi nossos embaixadores, e continuo o fazendo, na linha mestra de Gene Sharp, meu guru.
O regime de Gaddafi já estava apodrecendo e mais dia menos dia ele cairia por si, provavelmente com muito menos vítimas. O povo iniciou a revolução de modo pacífico. Não estava armado para enfrentar o ditador nos seus moldes. A revolução não violenta de GHANDI, SHARP, LUTHER KING, havia dado seus primeiros passos. O que se via era o povo se insurgindo contra o regime, mas com suas armas naturais: greves, insubordinação, panfletos, reuniões, passeatas. Após a entrada em cena da OTAN começamos a ver pelas ruas jovens e adultos em caminhões precários muito bem armados ostentando as armas e atirando para o ar. De onde saíram tantas armas, caminhões, tanques? Começou a chacina de ambos os lados. Muammar Gaddafi perdeu. Foi esquartejado e exposto pelos rebeldes como um troféu. Mas isso não o transformará num mártir, um Tiradentes? Quem sabe o rumo da história? Ela mostra que a revolução armada não gera regimes democráticos. Vejam Cuba, por exemplo. Vejam o Irã. Não há nenhuma tradição democrática naquela região. Não há modelo, como havia no Leste Europeu( o de seus vizinhos da Europa ocidental), não há líderes. A revolução democrática virá de fora? Será comandada pela França e a Itália, os grandes amigos, estes países em frangalhos em busca de redenção? Em troca de quê eles ajudarão a Líbia? Em troca da democracia? Faz-me rir. O preço será alto. Por isso sou pessimista. Seria muito mais otimista se tudo houvesse ocorrido de outra forma, pacífica, planejada, ordenada, autodeterminada. Infelizmente a história nos ensina que esse caminho, muito mais frutífero, mas complexo, é o que menos acontece. Rezemos por este sofrido povo.
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