Espanta-me sobremaneira a síndrome de autismo que prolifera em nossos aeroportos. Explico. Nas salas de espera o que se vê são centenas de indivíduos acoplados aos seus tablets, netbooks, notebooks, iphones, ipads, celulares, revistas, livros, etc., num interminável colóquio de conversas que não atingem um milímetro o senhor ou a senhora ao lado. É incrível como eles conseguem entender os chamados, encontrar as salas corretas, ouvir o chamado dos portões, levantar no momento certo, sem, em nenhum momento, se livrar do fone de ouvido, dos aparelhos de estimação, dos celulares. Vai andando em fila aquele bando de sonâmbulos e egoístas como se somente cada um deles estivesse ali presente. De quando em vez, dois amigos, ou uma esposa e um marido, entabulam uma conversa, o que, em geral, desagrada aos demais. Outro dia eu estava em uma destas salas de espera, como sempre superlotadas, e não havia uma só cadeira para assentar. Eu estava com minha esposa e procurava pelo menos uma para ela. E