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Mostrando postagens de 2016

JULIO CORTÁZAR E TOM JOBIM X A NATUREZA

MEDITAÇÕES ECOLÓGICAS DE JULIO CORTÁZAR(LUCAS) Na pele de Lucas, Cortázar(alguém pode explicar-me esse maldito acento agudo no a do idioma espanhol?) sustenta que intelectuais e natureza não combinam. Lembro-me de uma história envolvendo nosso grande Tom Jobim e seu fotógrafo americano. O último queria bater uma foto do penúltimo na praia de Ipanema. Tom Jobim se recusou. O retratista insistiu:- mas sua música se chama garota de  Ipanema, os fãs gostariam de vê-lo na praia. Ao que Tom respondera: -Meu amigo, intelectuais não vão à praia. Intelectuais bebem. Eu bebo em frente à praia fico olhando as garotaisxxxx passarem. Pode fazer uma foto minha no bar meisxmo  Tom Jobim não gostava da praia, mas do campo sim. Tinha um belo sítio. Reza a lenda que um dia os fãs invadiram o sítio em busca de Frank Sinatra, que estaria escondido lá. Só acharam o paletó dele. O povo aumenta, mas não inventa. Já Cortázar(ou um tal Lucas) citando um  Max Jacob, respondendo a um convite para

AS MIL LEITURAS DE SHAKESPEARE 2- HAMLET

AS MIL LEITURAS DE SHAKESPEARE 2- HAMLET Muito antes da série Shakespeare Uncovered as questões sobre as várias peças dentro da peça principal em Shakespeare já me emocionavam. Agora revejo o episódio 6 da série, que é sobre Hamlet. É sensacional ver os atores que interpretaram Hamlet em épocas diferentes  trocarem ideia sobre o personagem, e, mais ainda, sobre eles mesmos depois de terem vivido Hamlet.   A história de Hamlet é, no sentido mais profundo, a  do "luto", a  da vivência da morte, e mais além, a reflexão que a perda de um ente querido nos impõe sobre o sentido da vida. Mas no caso específico de nosso príncipe, é um luto muito maior porque ele percebe que só ele está passando a sensação intensa de perda, enquanto todos os outros, inclusive sua mãe, superaram muito rápido a morte do Rei, pai de Hamlet. Isso nos remete, talvez, à experiência única que é a perda de um pai, ou de uma mãe, ou de um filho. Por mais que os outros nos consolem, por mais que alguém

AS MIL LEITURAS DE SHAKESPEARE

Ler Shakespeare, quantas vezes quisermos, será sempre uma aventura renovada. Isso porque há nele muitas histórias reunidas em uma supostamente única. A primeira poderá ser a de uma história policial, tipo suspense, a segunda poderá ser uma história de romance, a terceira uma história dramática, e assim sucessivamente. Mas o que eu mais gosto mesmo é de buscar o núcleo, o fundamento principal da trama shakespeareana. É claro, aquilo que eu penso que seja o núcleo, porque se outra pessoa o fizer achará outra coisa.. Exemplifico. Em Hamlet, acho que o núcleo do núcleo é a execração pública dos vassalos, de todos os que babam no rei. Hamlet, em sua loucura sã(como dizia Fernando Pessoa: sem a loucura, o que seria o homem, mais do que a besta sadia, cadáver adiado que procria) odeia todos os covardes e principalmente os covardes que se ajoelham aos poderosos. Isso foi tão forte para mim, na leitura de Hamlet, e é ainda, que esta representação mudou minha vida. Ele não tem dó de todos os q