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Mostrando postagens de 2013

A CORRUPÇÃO NOSSA DE CADA DIA

       Sexta -feira à noite é dia de encontrar os amigos no bar. Lá estamos a discutir a vitória do Galo na final da Libertadores, o Futebol, a Política, o Papa no Brasil, as Manifestações, hora de colocar os papos em dia e, claro, tomar todas. Comecemos pelo Futebol. A discussão caminha pelo coibir ou não a catimba no futebol. Aliás, um site argentino traduziu catimba para o espanhol como sendo “ uma palavra que o brasileiro usa para falar mal do futebol argentino”. A coisa vai por aí : como fazer com que o time adversário não pare o jogo a toda hora? Como impedir que o jogador que está ganhando faça cera? Eu argumento que nos outros esportes isso já foi resolvido com o cronômetro oficial, o tira-teima, etc, mas eles argumentam que isso tiraria a “graça” do futebol...Eu argumento que a graça do esporte e´o próprio esporte e não a “catimba”...Eles relembram o gol de mão de Maradona na copa do mundo...eu lembro a eles que o jogador alemão Klose fez um go

O DOM DE DOM CASMURRO

Pela vigésima vez acabo de ler Dom Casmurro, para mim o maior romance da língua portuguesa. Por que um livro tão simples, com uma história tão banal, consegue ser tão genial e tão profundo? É que estamos falando do "Bruxo do Cosme Velho", o que trabalha com precisão cirúrgica. Vamos pensar sobre a época em que viveu Machado: preconceituosa,  hipócrita. Tão bem retratada por seu contemporâneo José de Alencar no "Senhora". O bruxo, porém, é bem mais sutil que Alencar. Filho de escravo e oriundo das classes inferiores, vivia na corte, não podia afrontar bater cabeça com a elite, e ascendia a ela. Seu método era metafórico, , meio samurai. Dom Casmurro é um romance de duas partes. A primeira parte relata o drama de Bentinho entre o amor possessivo de Capitu e a promessa da mãe em fazê-lo padre. Aí se vê a primeira facada de Machado na sociedade. Na sombra de narrar o drama da mãe em desejar humildemente o melhor para o filho( o seminário) e o sofrimento de Bentinho p

ASSIM FALOU O PROFETA FERREIRA GULLAR

No dia quinze de fevereiro último caiu, ou melhor, voou sobre a terra uma bola de fogo , um meteoro que deixou rastro de destruição e pasmou a humanidade. O poeta Ferreira Gullar já o havia previsto, como está  na sua obra prima "Em alguma parte alguma". Leiam o poema :    INIMIGO OCULTO              Ferreira Gullar dizem que     em algum ponto do cosmos   ( le silence éternel de ces espaces infinis m'effraie )       um pedaço negro de rocha - do tamanho de uma cidade-   voa em nossa direção perdido em meio a muitos milhares de asteroides impelido pelas curvaturas do     espaço-tempo extraviado entre órbitas   e campos magnéticos                           voa em nossa direção e quaisquer que sejam os desvios         e extravios         de seu curso         deles resultará         matematicamente         a inevitável colisão não se sabe se quarta-feira próxima ou no ano quatro bilhões e cinquenta e dois da era cristã