Pela vigésima vez acabo de ler Dom Casmurro, para mim o maior romance da língua portuguesa. Por que um livro tão simples, com uma história tão banal, consegue ser tão genial e tão profundo? É que estamos falando do "Bruxo do Cosme Velho", o que trabalha com precisão cirúrgica. Vamos pensar sobre a época em que viveu Machado: preconceituosa, hipócrita. Tão bem retratada por seu contemporâneo José de Alencar no "Senhora". O bruxo, porém, é bem mais sutil que Alencar. Filho de escravo e oriundo das classes inferiores, vivia na corte, não podia afrontar bater cabeça com a elite, e ascendia a ela. Seu método era metafórico, , meio samurai. Dom Casmurro é um romance de duas partes. A primeira parte relata o drama de Bentinho entre o amor possessivo de Capitu e a promessa da mãe em fazê-lo padre. Aí se vê a primeira facada de Machado na sociedade. Na sombra de narrar o drama da mãe em desejar humildemente o melhor para o filho( o seminário) e o sofrimento de Bentinho p